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Revivendo a diversidade da música brasileira na era do streaming

Tive a sorte de crescer em um ambiente rico musicalmente. Embora eu não venha de uma família de músicos, o profundo amor do meu pai pela música e pela arte deixou uma impressão duradoura. Ele ouvia música avidamente e garantia que fôssemos imersos nela desde cedo. Estudei música, dança e teatro, e parecia que o destino tinha a música reservada para mim. Embora parentes frequentemente me alertassem com o antigo ditado de que “a música não tem futuro”, meus pais nunca me desencorajaram. Segui uma carreira que começou com uma paixão pela performance musical como flautista e evoluiu para uma trajetória como empreendedora, sempre me esforçando para me manter à frente em uma indústria cada vez mais complexa.

Roberto Menescal, uma figura chave no movimento da Bossa Nova no Brasil e um querido amigo, costuma compartilhar como ele também enfrentou ceticismo de sua família de arquitetos e engenheiros quando decidiu seguir sua paixão pela música. O tempo certamente provou a sabedoria de sua decisão.

Assim como Menescal, testemunhei inúmeras mudanças na indústria musical, mas nada se compara à disrupção trazida pela revolução digital. O Brasil continua sendo um dos 10 mercados musicais mais rentáveis do mundo, constantemente quebrando recordes. Em 2023, vimos um crescimento de 13,4% — superando a média global de 10,2% — e um surpreendente aumento de 136% no consumo de vinil. Esses números são impressionantes!

No entanto, além do encanto dos números e das crescentes preocupações em torno da IA generativa e seu potencial impacto nos empregos criativos, estou particularmente preocupada com o modelo atual de distribuição de música.

Ao longo da minha carreira de 30 anos como musicista e empresária, vi essa transformação se desenrolar. Treinada em uma variedade de gêneros — desde música medieval, barroca e clássica até ritmos folclóricos brasileiros, choro, MPB e pop internacional — sinto-me cada vez mais insatisfeita com um modelo que está erodindo a riqueza da música brasileira.

O mercado opera com base em incentivos. Se o modelo de distribuição é impulsionado puramente pelo consumo em massa, que incentivo há para os empresários investirem em gêneros que não se alinham com essa lógica? Não é segredo que os gêneros que mais crescem no Brasil são o sertanejo e a música urbana. Estamos testemunhando uma explosão de novas gravadoras e distribuidoras atendendo exclusivamente a esses gêneros. Uma enorme infraestrutura de estúdios, produtores, compositores, músicos e promotores surgiu, todos focados em uma coisa: maximizar a receita de streaming.

Mas há mais na música brasileira além do que está sendo alimentado através dessa máquina. A música regional, o rock, a música clássica, o forró, o axé e o MPB tradicional têm todas uma rica história e um público devoto. É hora de os empreendedores brasileiros que se importam com esses gêneros perceberem que existem ferramentas tecnológicas e estratégias que podem tornar o investimento em mercados de nicho vantajoso.

Existem muitos exemplos do passado que demonstram o potencial dos mercados musicais de nicho. No Brasil, gravadoras como Kuarup, Biscoito Fino, Núcleo Contemporâneo e Delira Música todas defenderam com sucesso a música regional e instrumental. Internacionalmente, vimos o sucesso da Blue Note, Motown e Alligator Records, entre outros.

Trabalhar dentro de um nicho pode ser altamente lucrativo, e aqui está como abordá-lo:

Conhecimento

Conheça o nicho com o qual você quer trabalhar. Se você já é apaixonado por ele, melhor ainda—você estará familiarizado com seus principais atores, perfil de consumidores, mídia e os canais que atendem esse público. Descubra novos talentos cedo e ajude-os a crescer. Posicione-se como especialista, e você se destacará. Além disso, invista em entender o negócio da música. Existem muitos cursos e conferências disponíveis hoje para aprimorar suas habilidades, como os Cursos de Negócios da Música Berklee Online ou a Trends Brasil Conference.

Estrutura

Use a tecnologia para estruturar seu negócio de forma eficiente. Você precisará de ferramentas que ofereçam gestão simplificada, reduzindo custos ao mesmo tempo que aumentam a agilidade, automação e transparência. Quando comecei, trabalhar com música fora do guarda-chuva de uma corporação multinacional era quase impossível. Hoje, o mercado independente representa mais da metade do consumo global de música.

Agora é a hora para os amantes da música reinvestirem na diversidade musical do Brasil, celebrando toda a gama de riqueza rítmica e cultural do nosso país. A comunidade criativa vai agradecer!

Recentemente, me engajei com o Revelator para impulsionar o KickOff Music, meu selo de distribuição web2/web3 focado em gêneros de nicho. O Revelator é o parceiro tecnológico perfeito para ajudar selos independentes e novos empreendedores a desenvolverem seu negócio musical.

Saiba como o Revelator pode te ajudar nessa jornada.

Luciana Pegorer é Executiva de Contas na Revelator, cofundadora da KickOff Music e fundadora e curadora da Trends Brasil Conference. Ela ocupou cargos na Warner Music Brasil, atuou como Presidente da Associação Brasileira da Música Independente e foi membro do conselho da Merlin e WIN. Luciana também é membro da associação Women in Music e foi Secretária Adjunta de Cultura Municipal de Teresópolis.

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