Como escrever o pitch perfeito para DSPs: guia para selos e artistas

Um ótimo pitch para DSP é mais do que uma formalidade; é sua primeira impressão.

Todas as semanas, as equipes das DSP analisam milhares de submissões. As que se destacam são aquelas que parecem completas, intencionais e humanas.

Na Revelator, apresentamos seus lançamentos aos parceiros de DSP ao redor do mundo. O que nos ajuda a fazer sua música se destacar é a força dos seus motores de marketing: a história, o momentum e o contexto que transformam um lançamento em algo real.

Por que os motivadores de marketing são importantes

Os motivadores de marketing contam a história por trás da sua faixa, o que a inspirou, quem está envolvido e o que está acontecendo ao redor dela. Eles transformam uma ótima faixa em uma campanha com direção.

Eles também são a forma como damos vida à sua campanha em todas as DSPs — o que você compartilha se torna a base de como apresentamos sua música para Spotify, Apple Music, Amazon, Deezer, YouTube e muito mais.

Por exemplo, ao enviar pela Revelator, vá além do básico. Inclua detalhes que nos ajudem a contar uma história completa:

• O que inspirou o lançamento e o que ele representa na trajetória do seu artista
• Principais colaboradores, produtores ou artistas convidados
• Orçamento e plano de marketing
• Press, PR ou apoio de rádio já confirmados
• Campanhas sociais e pagas (TikTok, Meta, YouTube etc.)
• Planos de vídeo, teasers, visualizers, sessões ao vivo ou conteúdo em formato curto
• Apresentações ao vivo, turnês ou participações em festivais
• Sincronizações ou colaborações com marcas.

Não esqueça do seu foco territorial. As equipes editoriais das DSPs muitas vezes avaliam as submissões por mercado, então destaque quaisquer países ou regiões onde você já vê uma boa aceitação.

Use dados do Spotify for Artists, Apple Music for Artists ou os próprios dados analíticos da Revelator para identificar seus principais mercados de streaming e públicos ativos. Essas informações nos ajudam a direcionar melhor o pitching para as equipes editoriais regionais certas — aquelas com maior chance de se interessar pelo seu som e sua história.

Cronograma e fluxo de trabalho

Velocidade é ótimo. Mas estratégia é melhor.

Colocar sua faixa online em duas horas não significa nada se ninguém souber que ela existe.

Os editores das DSPs planejam suas playlists com semanas de antecedência, analisando cada envio em relação aos calendários de campanhas e aos sinais do público.

Para dar à sua faixa a melhor chance:

Entregue o lançamento quatro a seis semanas antes da estreia e envie para nós suas informações completas de marketing três a quatro semanas antes do dia do lançamento.

É nesse período que surgem as oportunidades reais.

Para programas de destaque como o Spotify Radar, Apple Music Up Next ou Amazon Breakthrough, planeje com ainda mais antecedência, de preferência dois a três meses antes. Essas colocações exigem uma campanha completa, um plano de marketing e uma estratégia prontos muito antes da sua música ir ao ar.

Se precisar de um reforço, confira o nosso guia:

Como lançar música nas DSPs — Melhores práticas para selos e artistas

Como criar o pitch perfeito

Todo pitch é uma história em miniatura. Os editores não estão lendo releases; estão buscando aquele toque de significado. Uma boa descrição deve ser emocional, focada e fácil de ler.

Pense nisso como a ponte entre som e contexto. Você quer que os editores entendam não só o que é a música, mas por que ela existe — o que a torna única, atual ou emocionalmente marcante.

Use uma linguagem inclusiva. Seu pitch deve fazer sentido para qualquer equipe de DSP ao redor do mundo, então evite citar plataformas, playlists ou ferramentas internas específicas. Escreva em inglês claro que comunique para uma audiência global.

Acrescente detalhes de storytelling com os quais os editores se conectam — o processo criativo da faixa, uma colaboração inesperada ou a inspiração que motivou o projeto. Um único detalhe marcante sobre a gravação ou o som pode fazer sua música se destacar. Use algumas palavras-chave precisas que sugiram o clima, gênero ou instrumentação — pistas que ajudam o editor a entender como a faixa se encaixa no ecossistema deles.

Seja seletivo. Os campos de pitch editorial são limitados — normalmente em torno de 500 caracteres no Spotify, 600 na Apple Music, então foque em um ou dois pontos realmente fortes. Pode ser alguma matéria de destaque, um marco como 2.000 pré-saves ou um momento importante como um show sold out na sua cidade natal. Evite listas longas de planos de marketing ou métricas de redes sociais; o que importa é a clareza, não a quantidade.

Veja exemplos com abordagens diferentes:

Exemplo 1 – Emocional & Visual

“‘Midnight Silhouettes’ retrata as reflexões noturnas de Luna Voss durante uma turnê europeia. O single de pop cinematográfico, produzido por Kai Bloom (BBC Introducing), mistura synths envolventes e texturas ambientais inspiradas por Berlim. Apoiado por assessoria de imprensa da Clash e campanha no TikTok, o lançamento é o primeiro do EP de estreia previsto para o início de 2026.”

Por que funciona: conecta emoção, colaboração e atividades de campanha, tudo em menos de 500 caracteres.

Exemplo 2 – Factual & Conceitual

“‘Fragments’ é o single de estreia do produtor paulistano Lucca Estevez. Construída a partir de gravações urbanas de sua cidade, a faixa mistura ambient e texturas eletrônicas para explorar memória e espaço. Após sincronizações recentes na Netflix Brasil e destaque no Boiler Room, a música apresenta seu próximo EP, Alta Forma.”

Lembre-se, os campos de pitch de DSP geralmente permitem até 500 caracteres (incluindo espaços). Escreva frases curtas e objetivas. Foque no que importa: som, história, colaboradores, campanha.

Evitando erros comuns

Evite afirmações vagas como “minha melhor música até agora” ou “em breve”. Os editores preferem marcos reais a puro hype. Não liste todas as playlists ou tags; foque nos encaixes possíveis. Pule métricas exageradas.

E nunca envie em cima da hora. Os cronogramas editoriais são rápidos, mas um bom planejamento vale mais do que pânico.

O panorama geral

Playlists ainda têm seu valor, mas elas não são mais o principal motor de crescimento. Ter uma vaga em uma playlist editorial já garantiu muitos streams um dia, mas essa mentalidade de "conquista da playlist" não faz mais sentido no ecossistema fragmentado e personalizado de hoje.

Agora, os algoritmos têm um papel maior na descoberta, e os sinais de engajamento — salvamentos, replays, adições em playlists e tração inicial — determinam o alcance da sua música. Isso significa que o sucesso a longo prazo depende tanto da forma como os ouvintes interagem quanto do lugar em que sua faixa aparece.

Use ferramentas como o Marquee, Showcase e o Discovery Mode para potencializar o seu momento, e foque nas ações da primeira semana com pré-saves e criando conexões mais profundas com seus fãs. Momentos editoriais são importantes, mas o verdadeiro crescimento vem da soma deles com histórias consistentes, ativação do catálogo e força algorítmica.